(ENEM PPL - 2012) Era uma vez Um rei leo que no era rei. Um pato que no fazia qu-qu. Um co que no latia Um peixe que no nadava. Um pssaro que no voava. Um tigre que no comia. Um gato que no miava. Um homem que no pensava... E, enfim, era uma natureza sem nada. Acabada. Depredada. Pelo homem que no pensava. CUNHA, L. A. In: KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratgias de produo textual. So Paulo: Contexto, 2011. So as relaes entre os elementos e as partes do texto que promovem o desenvolvimento das ideias. No poema, a estratgia lingustica que contribui para esse desenvolvimento, estabelecendo a continuidade do texto, a
(ENEMPPL - 2012) TEXTO I A cano do africano L na mida senzala. Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no cho, entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torro... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E meia-voz l responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez pra no o escutar! Minha terra l bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra mais bonita. Mas outra eu quero bem. ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento). TEXTO lI No caso da Literatura Brasileira, se verdade que prevalecem as reformas radicais, elas tm acontecido mais no mbito de movimentos literrios do que de geraes literrias. A poesia de Castro Alves em relao de Gonalves Dias no a de negao radical, mas de superao, dentro do mesmo esprito romntico. MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento) O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmao de Joo Cabral de Melo Neto porque
(ENEM PPL - 2012) MORUMBI PRXIMA AO COL. PIO XII Linda residncia rodeada por maravilhoso jardim com piscina e amplo espao gourmet. 1 000 m2 construdos em 2 000 m2 de terreno, 6 sutes. R$ 3 200 000. Rua tranquila: David Pimentel. Cd. 480067 Morumbi Palcio Tel.: 3740-5000 Folha de So Paulo. Classificados, 27 fev. 2012 (adaptado). Os gneros textuais nascem emparelhados a necessidades e atividades da vida sociocultural. Por isso, caracterizam-se por uma funo social especfica, um contexto de uso, um objetivo comunicativo e por peculiaridades lingusticas e estruturais que lhes conferem determinado formato. Esse classificado procura convencer o leitor a comprar um imvel e, para isso, utiliza-se
(ENEM PPL - 2012) Sem formao acadmica especfica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que tambm compositor e instrumentista, reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas de perspectivas imprecisas e com traos bem demarcados so figurativas e sugerem movimento. Essa obra retrata
(ENEM PPL - 2012) Sambinha Vm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras. Afobadas braos dados depressinha Bonitas, Senhor! que at do vontade pros homens da rua. As costureirinhas vo explorando perigos Vestido de seda. Roupa-branca de morim. Falando conversas fiadas As duas costureirinhas passam por mim. Voc vai? No vou no! Parece que a rua parou pra escut-las. Nem trilhos sapecas Jogam mais bondes um pro outro. E o Sol da tardinha de abril Espia entre as plpebras sapiroquentas de duas nuvens. As nuvens so vermelhas. A tardinha cor-de-rosa. Fiquei querendo bem aquelas duas costureirinhas Fizeram-me peito batendo To bonitas, to modernas, to brasileiras! Isto Uma era talo-brasileira. Outra era frico-brasileira. Uma era branca. Outra era preta. ANDRADE, M. Os melhores poemas. So Paulo: Global, 1988. Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer potico, como parte de seu projeto de configurao de uma identidade lingustica e nacional. No poema de Mrio de Andrade esse projeto revela-se, pois:
(ENEM PPL - 2012) Cientistas solucionam origem de partculas de gua em Saturno O telescpio espacial Herschel resolveu 1um problemaque ficou sem soluo durante 14 anos. 2A origem dos vapores de gua na atmosfera superior de Saturno encontra-se nas partculas que saem de uma de suas luas, a Enceladus, e chegam at o planeta. 3A descobertafaz com que a Enceladus torne se conhecida, a partir de agora, como a nica lua do Sistema Solar capaz de influenciar 5a composio qumica do planeta que orbita. 4O volume despejadoa cada segundo no pouco. A Enceladus chega a expelir aproximadamente 250 kg de vapores de gua que se formam na regio polar sul. Desse total, uma parte perdida no espao e entre 3% a 5% deslocam-se at Saturno. 6O fenmeno, de certo modo, pde ser compreendido graas ao 9avano da tecnologia. Os astrnomos no conseguiram detect-lo at o momento por causa da 7transparncia dos vapores.Coube s ondas infravermelhas do Herschel 8esse encargo e achado. A primeira vez que um telescpio da ESA (Agncia Espacial Europeia ) detectou gua na atmosfera superior de Saturno foi em 1997. Disponvel em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 26 jul. 2011 Um texto construdo pela articulao dos vrios elementos que o compem. Tal articulao pode se dar por meio de palavras ou de expresses que remetem a outras ou, ainda, a segmentos maiores j apresentados ou a serem ainda apresentados no decorrer do texto. A anlise do modo como esse texto foi construdo revela que a expresso
(ENEMPPL - 2012) O internets na escola O internets expresso grafolingustica criada na internet pelos adolescentes na ltima dcada foi, durante algum tempo, um bicho de sete cabeas para gramticos e estudiosos da lngua. Eles temiam que as abreviaes fonticas (onde casa vira ksa; e aqui vira aki) comprometessem o uso da norma culta do portugus para alm das fronteiras cibernticas. Mas, ao que tudo indica, o temido intemets no passa de um simptico bichinho de uma cabecinha s. Ainda que a maioria dos professores e educadores se preocupe com ele, a ocorrncia do internets nas provas escolares, vestibulares e em concursos pblicos insignificante. Essa forma de expresso parece ainda estar restrita a seu hbitat natural. Alis, a est a questo: saber separar bem a hora em que podemos escrever de qq jto, da hora em que no podemos escrever de qualquer jeito. Mas, e para um adolescente que fica vrias horas teclando que nem louco nos instant messengers e chats da vida, fcil virar a chavinha no crebro do internets para o portugus culto? Essa dificuldade ser proporcional ao contato que o adolescente tenha com textos na forma culta, como jornais ou obras literrias. Dependendo deste contato, ele ter mais facilidade para abrir mo do internets explica Eduardo de Almeida Navarro, professor livre-docente de lngua tupi e literatura colonial da USP. RAMPAZZO, F. Disponvel em: www.revistalingua.com.br. Acesso em: 01 mar. 2012 (adaptado). Segundo o texto, a interao virtual favoreceu o surgimento da modalidade lingustica conhecida como internets. Quanto influncia do internets no uso da forma culta da lngua, infere-se que
(ENEM PPL - 2012) O que a internet esconde de voc Para cada site que voc pode visitar, existem pelo menos 400 outros que no consegue acessar. Eles existem, esto l, mas so invisveis. Esto presos num buraco negro digital maior do que a prpria internet. A cada vez que voc interage com um amigo nas redes sociais, vrios outros so ignorados e tm as mensagens enterradas num enorme cemitrio on-line. E, quando voc faz uma pesquisa no Google, no recebe os resultados de fato e sim uma verso maquiada, previamente modificada de acordo com critrios secretos. Sim, tudo isso verdade e no nenhuma grande conspirao. Acontece todos os dias sem que voc perceba. Pegue seu chapu de Indiana Jones e vamos explorar a web perdida. GRAVATA, A. Superinteressante, nov. 2011 (fragmento). Os gneros do discurso jornalstico, geralmente a manchete, a notcia e a reportagem, exigem um reprter que no diz eu, nem mesmo que se refira ao leitor do texto explicitamente. No trecho lido, ao contrrio, recorrente o emprego de voc, o qual
(ENEM PPL - 2012) Era uma vez Um rei leo que no era rei. Um pato que no fazia qu-qu. Um co que no latia Um peixe que no nadava. Um pssaro que no voava. Um tigre que no comia. Um gato que no miava. Um homem que no pensava... E, enfim, era uma natureza sem nada. Acabada. Depredada. Pelo homem que no pensava. Laura Arajo Cunha CUNHA, L. A. In: KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratgias de produo textual. So Paulo: Contexto, 2011. So as relaes entre os elementos e as partes do texto que promovem o desenvolvimento das ideias. No poema, a estratgia lingustica que contribui para esse desenvolvimento, estabelecendo a continuidade do texto, a
(ENEM PPL - 2012) Disponvel em: www.humortadela.com.br. Acesso em: 20 set. 2011. Conflitos de interao ajudam a promover o efeito de humor. No cartum, o recurso empregado para promover esse efeito a
(ENEM PPL - 2012) Entrevista Almir Suru No temos o direito de ficar isolados Soa contraditrio, mas a mesma modernidade que quase dizimou os surus nos tempos do primeiro contato promete salvar a cultura e preservar o territrio desse povo. Em 2007, o lder Almir Suru, de 37 anos, fechou uma parceria indita com o Google e levou a tecnologia s tribos. Os ndios passaram a valorizar a histria dos ancios. E a resguardar, em vdeos e fotos on-line, as tradies da aldeia. Ainda se valeram de smartphones e GPS para delimitar suas terras e identificar os desmatamentos ilegais. Em 2011, Almir Suru foi eleito pela revista americana Fast Company um dos 100 lderes mais criativos do mundo dos negcios. EPOCA - Quando o senhor percebeu que a internet poderia ser urna aliada do povo suru? Almir Suru - Meu povo acredita no dilogo. Para ns, uma ferramenta muito importante. Sem a tecnologia, no teramos como dialogar suficientemente para propor e discutir os direitos e territrios de nosso povo. Ns, povos indgenas, no temos mais o direito de ficar isolados. Ao usar a tecnologia, valorizamos a floresta e criamos um novo modelo de desenvolvimento. Se a gente usasse a tecnologia de qualquer jeito, seria um risco. Mas hoje temos a pretenso de usar a ferramenta para valorizar nosso povo, buscar nossa autonomia e ajudar na implementao das polticas pblicas a favor do meio ambiente e das pessoas. RIBEIRO, A. poca, 20 fev. 2012. (fragmento) As tecnologias da comunicao e informao podem ser consideradas como artefatos culturais. No fragmento de entrevista, Almir Suru argumenta com base no pressuposto de que
(ENEMPPL - 2012) Uma tuiteratura? As novidades sobre o Twitter j no cabem em 140 toques. Informaes vindas dos EUA do conta de que a marca de 100 milhes de adeptos acaba de ser alcanada e que a biblioteca do Congresso, um dos principais templos da palavra impressa, vai guardar em seu arquivo todos os tweets, ou seja, as mensagens do microblog. No Brasil, o fenmeno no chega a tanto, mas j somos o segundo pas com o maior nmero de tuiteiros. Tambm aqui o Twitter est sendo aceito em territrios antes exclusivos do papel. A prpria Academia Brasileira de Letras abriu um concurso de microcontos para textos com apenas 140 caracteres. Tambm se fala das possibilidades literrias desse meio que se caracteriza pela conciso. J h at um neologismo, tuiteratura, para indicar os enunciados telegrficos com criaes originais, citaes ou resumos de obras impressas. Por ora, pergunto como se estivesse tuitando: querer fazer literatura com palavras de menos no pretenso demais? VENTURA, Z. O Globo. 17 abr. 2010 (adaptado) As novas tecnologias esto presentes na sociedade moderna, transformando a comunicao por meio de inovadoras linguagens. O texto de Zuenir Ventura mostra que o Twitter tem sido acessado por um nmero cada vez maior de internautas e j se insere at na literatura. Neste contexto de inovaes lingusticas, a linguagem do Twitter apresenta como caracterstica relevante
(ENEM PPL - 2012) Disponvel em: www.petba.org.br. Acesso em: 8 nov. 2011 A unidade de sentido de um texto se constri a partir daquilo que dito, daquilo que no dito, a partir do modo de se dizer, dos motivos, das aparncias, do contexto. Nesse sentido, a partir da leitura do anncio, depreende-se que
(ENEM PPL - 2012) Devemos dar apoio emocional especfico, trabalhando o sentimento de culpa que as mes tm de infectar o filho. O principal problema que vivenciamos quanto ao aleitamento materno. Alm do sentimento muito forte manifestado pelas gestantes de amamentar seus filhos, existem as cobranas da famlia, que exige explicaes pela recusa em amamentar, sem falar nas companheiras na maternidade que esto amamentando. Esses conflitos constituem nosso maior desafio. Assim, criamos a tcnica de mamadeirar. O que isso? substituir o seio materno por amor, oferecendo a mamadeira, e no o peito! PADOIN, S. M. M. et al. (Org.) Experincias interdisciplinares em Aids: interfaces de uma epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006 (adaptado). O texto o relato de uma enfermeira no cuidado de gestantes e mes soropositivas. Nesse relato, em meio ao drama de mes que no devem amamentar seus recm-nascidos, observa-se um recurso da lngua portuguesa, presente no uso da palavra mamadeirar, que consiste
(ENEM PPL - 2012) TEXTO I Pessoas e sociedades Pessoa, no seu conceito jurdico, todo ente capaz de direitos e obrigaes. As pessoas podem ser fsicas ou jurdicas. Pessoa fsica a pessoa natural; todo ser humano, todo indivduo (sem qualquer exceo). A existncia da pessoa fsica termina com a morte. o prprio ser humano. Sua personalidade comea com o seu nascimento (artigo 4 do Cdigo Civil Brasileiro). No decorrer da sua vida, a pessoa fsica constituir um patrimnio, que ser afastado, por fim, em caso de morte, para transferncia aos herdeiros. Pessoa jurdica a existncia legal de uma sociedade, associao ou instituio, que aferiu o direito de ter vida prpria e isolada das pessoas fsicas que a constituram. a unio de pessoas capazes de possuir e exercitar direitos e contrair obrigaes, independentemente das pessoas fsicas, atravs das quais agem. , portanto, uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros (da pessoa natural). Sua existncia legal d- se em decorrncia de leis e s nascer aps o devido registro nos rgos pblicos competentes (Cartrios ou Juntas Comerciais). POLONI, A. S. Disponvel em: http://uj.novaprolink.com.br. Acesso em: 30 ago. 2011 (adaptado) Os textos I e II tratam da definio de pessoa fsica e de pessoa jurdica. Considerando sua funo social, o cartum faz uma pardia do artigo cientfico, pois